Conhecer para conservar
- Patrick Peixoto Oliveira
- 4 de dez. de 2017
- 4 min de leitura
A seguinte atividade foi criada utilizando-se do texto “Conhecer para conservar: o papel do taxonomista na conservação da biodiversidade”, de Yuri F. Gouvêa (PPGBV/UFMG) e de outras atividades práticas a serem realizadas com os estudantes de educação básica, a fim de trabalhar conteúdos de morfologia e demonstrar partes do processo de identificação e organização de espécies.
Conteúdos a serem trabalhados:
Taxonomia
Morfologia Vegetal
Nível de Ensino: Ensino Médio, 2º ano
Materiais:
Botões com variação de tamanho, cor e número de furos;
Exsicatas com características distintas para identificação;
Chave dicotômica “facilitada” elaborada pelo professor;
Sequência de atividades
1ª Aula: Entendendo como funciona uma chave dicotômica
Leitura do texto “Conhecer para conservar: o papel do taxonomista na conservação da biodiversidade":
Conhecer para conservar: o papel do taxonomista na conservação da biodiversidade
Yuri Fernandes Gouvêa
Cada espécie nativa cumpre um papel no ambiente em que habita. Todas elas, por mais estranhas, engraçadas ou perigosas que possam parecer, contribuem para que todo o meio ambiente permaneça em equilíbrio. Algumas das atividades de que tanto dependemos como a produção de alimentos e medicamentos, por sua vez, dependem de alguma forma da diversidade biológica. Para produzir tomates, por exemplo, um pé de tomate precisa ser visitado por abelhas e as abelhas dependem do pólen para produzir seu alimento, portanto, sem abelhas... sem tomate, e sem plantas... sem abelhas. Tudo está conectado! Além disso, muitas substâncias extraídas de espécies de plantas podem ser utilizadas no tratamento de doenças, e olha que nem conhecemos todas as espécies existentes.
A Mata Atlântica é um dos ambientes mais ricos em espécies do planeta e quase todo o seu território está distribuído ao longo do litoral brasileiro e regiões próximas. Essa “Mata” é lar de inúmeras espécies de plantas e animais que exibem as mais variadas cores, formas e sons e que também podem guardar importantes segredos que só as conhecendo bem de perto podemos descobrir. Atualmente a Mata Atlântica se encontra extremamente ameaçada por vários motivos. O principal deles é a redução da sua área, o que ocorre muitas vezes para dar lugar a cidades, plantações e criação de animais. Para que as espécies não desapareçam, isto é, entrem em extinção, sem que saibamos da sua existência, é preciso conhecê-las!
Você sabia que existe um grupo de cientistas que se dedicam a identificar espécies, organizá-las com base em suas características e a descobrir novas espécies? Estes cientistas são chamados de taxonomistas. São eles que buscam, reconhecem, analisam, dão nome e descrevem as características e hábitos das espécies. É por meio de estudos realizados por eles que as espécies desconhecidas passam a ter um “registro”. Neste “registro” podemos obter informações como: o nome, o local onde elas são encontradas, a descrição das cores, formas e medidas apresentadas por ela, além da avaliação do seu nível de ameaça de extinção. Essas informações muitas vezes são decisivas para que se possa tomar medidas a fim de conservar a diversidade de espécies e, consequentemente, o ambiente que elas habitam e nós habitamos!
Yuri Fernandes Gouvêa (2015) "Conhecer para conservar: o papel do taxonomista na conservação da biodiversidade". VII Workshop do PPGBV-UFMG. Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais. Retirado de: http://pos.icb.ufmg.br/pgbot/ em 28/11/2017.
Introduzir o termo chave dicotômica, explicar como as chaves são construídas, utilizadas e qual a sua importância.
Organizar os alunos em grupos e distribuir os botões variados.
Instruir os alunos a construir uma chave dicotômica para classificar os botões que receberam, explique que as chaves estarão prontas apenas quando os botões dentro de cada agrupamento forem idênticos.
Quando os grupos terminarem, escolher um botão e testar as chaves construídas.
2ª Aula: Como construir uma chave dicotômica?
Separar a turma em grupos, que vão, cada um deles, escolher uma planta da escola ou do local de interesse (rua da escola, parque ou praça próximos, etc.) para realizar sua “herborização”.
Os alunos deverão coletar mais de um ramo fértil para que possam analisar e descrever as diferentes características das folhas, flores (pétalas, sépalas, número de estames, carpelos), etc.
Cada grupo apresentará aos outros as diferentes características encontradas.
3ª Aula: construção da chave dicotômica
OBS: De acordo com a disponibilidade de tempo e número de aulas, para que a prática se torne mais interessante os próprios alunos podem coletar e produzir as exsicatas que serão classificadas e as chaves de identificação, como sugerido no tópico anterior, que podem ser realizadas com plantas floridas da escola, da rua da escola ou de um parque ou praça próximos.
Relembrar com os alunos os termos utilizados na classificação de frutos, flores, caule e folhas (Aula teórica - morfologia vegetal);
O professor irá construir uma tabela (similar a uma matriz de caracteres) comparando as características das diferentes plantas coletadas na última aula.
Cada grupo deverá montar uma chave de identificação utilizando as plantas coletadas pela turma.
Instruir os alunos a utilizarem as chaves para identificar as espécies coletadas.
Assim que os alunos terminarem a identificação verificar se todos conseguiram chegar as espécies corretas, pedir que os alunos compartilhem com toda a turma as dificuldades que tiveram.
Organizar uma discussão levantando questões como: “É possível criar mais de uma chave para classificar um mesmo organismo?”, “Duas pessoas podem chegar a classificações diferentes usando a mesma chave?”.
Avaliação:
Confecção das exsicatas, das chaves e discussões das dificuldades encontradas.
Bibliografia
Yuri Fernandes Gouvêa (2015) "Conhecer para conservar: o papel do taxonomista na conservação da biodiversidade". VII Workshop do PPGBV-UFMG. Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais. Retirado de: http://pos.icb.ufmg.br/pgbot/ em 28/11/2017.
Investing in nature. (28 de novembro de 2017). Education - Activities & Lesson Plans. Fonte: Botanic Gardens Conservation International: https://www.bgci.org/files/Canada/english_docs/rbg_dicho_keys.pdf
MOREIRA, Bárbara Pinheiro et al. CHAVE BOTÂNICA ELABORADA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 6, n. 1, 2014.
Sobre esta atividade
Atividade proposta pelo aluno Patrick Peixoto Oliveira, na disciplina Laboratório de Ensino em Botânica, da Universidade Federal de Minas Gerais, em novembro de 2017, ministrada pelos professores Bruno Garcia Ferreira e Rosy Isaias.
Posts recentes
Ver tudoAs atividades propostas têm por objetivo ensinar como se dá o processo de germinação e dormência das sementes e auxiliar no entendimento...
Comments