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Trazendo​ ​a​ ​ciência​ ​para​ ​a​ ​sala​ ​de​ ​aula

  • Isabella Góes; Leonardo Luis; Lorrayne Sousa;
  • 24 de nov. de 2017
  • 5 min de leitura

As atividades a seguir foram elaboradas utilizando-se o texto “Caminhos da polinização: Osmóforos e Nectários em Spiranthinae” como base. O objetivo dessa atividade é promover o aprendizado de assuntos relacionados à polinização, de forma prática e divertida relacionando o assunto à botânica e zoologia.

 

Conteúdos​ ​a serem trabalhados:

■ Morfologia floral e função de cada estrutura:

- Verticilos estéreis: Pétalas e Sépalas

- Verticilos férteis: androceu (estames: anteras, sacos polínicos, filete) e gineceu (carpelos: ovário, estilete e estigma), dentre outros.

■ Reprodução sexuada (enfoque: ciclo de vida das angiospermas)

■ Diferenciação com a reprodução assexuada (propagação vegetativa por caules)

■ Vantagem da reprodução sexuada (relação entre variabilidade genética e seleção natural)

■ Agentes polinizadores (vento, água e animais): anemofilia, hidrofilia e zoofilia. Faixa​ ​etária​ ​sugerida​: Ensino médio

Conhecimentos​ ​prévios​ ​que​ ​podem​ ​ser​ ​trabalhados​:

■ Morfologia de plantas em geral

■ Reprodução sexuada e assexuada em plantas

■ Polinização Materiais​ ​necessários,​ ​estratégias​ ​e​ ​recursos​ ​utilizados:

■ Espaço aberto para realização da aula teórica (Sugestão: MHNJB - UFMG)

■ Exemplares de flores trazidos pelo professor e pelo aluno (sob orientação prévia)

■ Quadro a ser disponibilizado aos alunos para seleção de flores

 

Sequência de atividades

 

Atividade​ ​1:​ Aula teórica

Tempo previsto: 1 dia de excursão (1 aula de 50 minutos, caso a mesma possa ser realizada dentro da escola)

Nesse momento os alunos serão levados para qualquer região da escola ou próxima a ela que contenha exemplares de angiospermas.

A aula teórica será dada a medida que as estruturas da flor forem sendo apresentadas aos alunos em uma roda de conversa ao redor da planta.

Serão levados esquemas impressos sobre o ciclo da angiosperma para que os estudantes acompanhem o raciocínio desenvolvido durante a aula.

Além disso, será feita uma ligação entre características das flores e seus possíveis polinizadores. Nesse mesmo dia solicitar aos alunos que tragam exemplares de flores para a aula prática, de acordo com o quadro disponibilizado.

 

Atividade​ ​2​: Aula prática

Tempo previsto: 1 aula de 50 minutos

Objetivo da atividade: discutir o porquê de determinadas flores possuírem polinizadores específicos com base nas características correspondentes.

Metodologia:

■ Dividir os alunos em grupos

■ Sortear para cada grupo uma flor (dentre os exemplares trazidos por eles e pelo professor)

■ Solicitar aos alunos que investiguem e discutam através da leitura do texto "Caminhos da Polinização: Osmóforos e Nectários em Spiranthinae" e de fontes adicionais (internet ou livros disponibilizados em sala) os possíveis polinizadores para a flor sorteada:

 

Caminhos da Polinização: Osmóforos e Nectários em Spiranthinae

Maria Letícia Neves Figueiredo; Eduardo Leite Borba

Muitas flores são conhecidas pelo seu cheiro agradável que, juntamente com as suas cores chamativas e vibrantes, muito nos atraem. Mas quem as flores buscam atrair mesmo com isso são os polinizadores. As plantas com flores coloridas e cheirosas normalmente precisam desses polinizadores para carregar o pólen, necessário para a reprodução das plantas, num processo chamado polinização. Por isso investem em diversos mecanismos que chamam a atenção dos polinizadores que serão mais efetivos para sua reprodução. As estruturas responsáveis pela produção do cheiro em flores são células glandulares chamadas osmóforos. Muitas vezes elas servem de guia para que o polinizador, ao chegar na flor, encontre o néctar, que servirá de recompensa pelo serviço prestado à polinização daquela flor. Esse néctar contém açúcares, e são um alimento importante para muitos insetos, aves e morcegos. O néctar é produzido por estruturas secretoras chamadas nectários. O volume e a concentração de açucares desse néctar costumam estar associados ao tipo de polinizador, sendo mais concentrado em flores polinizadas por abelhas, e mais diluídos e com maior volume em flores polinizadas por aves, borboletas ou mariposas.

Foto: Maria Letícia N. Figueiredo, Eduardo L. Borba

Existem orquídeas que não são ornamentais e nem tão chamativas quanto aquelas cultivadas, e que contam muito com a presença de osmóforos e nectários para atrair seus polinizadores. Essas orquídeas pertencem a um grupo chamado Spiranthinae, com grande distribuição nos trópicos das Américas. Elas possuem o nectário na base do labelo, que é a peça floral mais chamativa em orquídeas, e os osmóforos também costumam estar no labelo, mas em uma posição mais mediana dele. É um diferencial para elas a produção de néctar, porque o mais comum em orquídeas é enganar o polinizador com um cheiro muito atrativo, mas sem ofertar néctar a ele. A estrutura geral delas indica que a polinização por abelhas, chamada melitofilia, é o mais comum e amplamente distribuída no grupo. Cotylolabium é um gênero mono-específico que primeiro se divergiu na linhagem das Spiranthinae, sendo o representante mais próximo do ancestral do grupo. Ele e as espécies mais próximas dele evolutivamente são melitófilos, indicando que a melitofilia é, muito provavelmente, um caráter ancestral. Flores melitófilas produzem néctar mais concentrado, e tem um odor fresco e suave. O labelo das orquídeas Spiranthinae que são melitófilas costuma servir como uma plataforma de pouso, onde as abelhas podem se apoiar para alcançar o néctar dentro da flor. Porém, outras síndromes de polinização têm sido descritas para esse grupo de orquídeas. Algumas espécies de um clado mais derivado possuem flores com cheiro mais adocicado, e o néctar mais diluído, e os osmóforos funcionam como guia direto de néctar. Essas flores podem ser polinizadas por mariposas ou borboletas, síndromes de polinização conhecidas como falenofilia e psicofilia, respectivamente. Existem ainda espécies em Spiranthinae que aparentemente não produzem odor algum, tem flores de coloração avermelhada, rosada ou alaranjada, e produzem muito néctar mais diluído. Essas flores possuem uma síndrome de polinização consistente com a ornitofilia, que é a polinização por aves. No caso das Spiranthinae, as aves são beija-flores.

Apesar de serem plantas terrestres normalmente de pequeno porte, que às vezes passam despercebidas para nós humanos, as Spiranthinae possuem diversas adaptações para conquistar seus polinizadores. Acredita-se que ao longo de sua evolução, elas sofreram modificações que as permitissem atrair novos polinizadores além das abelhas, através de cheiros agradáveis e a promessa de um alimento valioso. Isso criou uma diversidade de cores, odores e até sabores no grupo, e os polinizadores agradecem.

Maria Letícia Neves Figueiredo, Eduardo Leite Borba (2016) Caminhos da Polinização: Osmóforos e Nectários em Spiranthinae. VIII Workshop do PPGBV-UFMG. Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais. Retirado de: http://pos.icb.ufmg.br/pgbot/ em 09/11/2017.

 

■ Os alunos deverão descrever o polinizador que eles imaginem que vá polinizar a flor, a partir de suas características.

■ Cada grupo deverá ao final apresentar o raciocínio desenvolvido para toda turma.

Nesse momento o professor poderá interferir e fomentar um debate, introduzindo conceitos e curiosidades.

 

Método​ ​de​ ​Avaliação​ ​do​ ​Aprendizado

A avaliação será realizada com base na apresentação do grupo, observando o raciocínio desenvolvido e o envolvimento dos alunos na atividade proposta.

Modelo​ ​do​ ​quadro:

 

Referências:

Maria Letícia Neves Figueiredo, Eduardo Leite Borba (2016) Caminhos da Polinização: Osmóforos e Nectários em Spiranthinae. VIII Workshop do PPGBV-UFMG. Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais. Retirado de: http://pos.icb.ufmg.br/pgbot/ em 09/11/2017.

Fonte das imagens:

 

Sobre​ ​esta​ ​atividade: Atividade proposta pelos alunos Isabella Góes, Leonardo Luis, Lorrayne Sousa, Mateus Campolina, Mateus Scoralick e Rafaella Soares, na disciplina Laboratório de Ensino em Botânica, da Universidade Federal de Minas Gerais, em novembro de 2017, ministrada pelos professores Bruno Garcia Ferreira e Rosy Isaias.

 
 
 

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