Quebrando a banca da dormência das sementes!

Essa atividade tem a proposta de complementar de forma dinâmica e prática os conteúdos de botânica abordados durante o ensino fundamental, de forma que os alunos sejam capazes de participar ativamente, inclusive de forma independente do professor, e atuarem como os principais agentes do experimento. A atividade foi pensada para ser trabalhada com os alunos do nono ano.

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Conteúdos a serem trabalhados:

-Germinação de sementes

-Desenvolvimento de embriões em plantas

-Dependência de fatores externos para a germinação de sementes

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Faixa etária sugerida: Entre 14 e 16 anos

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Conhecimentos prévios que podem ser trabalhados: Cultivo de plantas, hortaliças, trabalho com solo, preparo de vasos para se plantar e manter plantas já desenvolvidas.

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Para a realização dessas atividades serão necessários os materiais abaixo:

- Lixa de unha/lixa de parede

- Copinhos de café

- Algodão

- Água

- Vela e fósforos ou ebulidor

- Pinça

- Um caneco metálico

- Cerca de 50 sementes de Guapuruvu e/ou outras espécies nativas:

Fonte: Wikipedia

Guapuruvu - espécie endêmica na América do Sul, presente em abundância no município de Belo Horizonte como forma de reflorestamento (Fowler e Bianchetti, 2000). A obtenção de sementes pode ser feita direto com a prefeitura ou na estação ecológica da UFMG, a qual possui vários exemplares dessa árvore.

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ATIVIDADE 1: Aula introdutória e de prática de quebra

Tempo previsto: 1 aula, 45 minutos

-Leitura do texto de introdução, “Germinar ou não germinar: a resposta das sementes aos fatores ambientais”, do autor Túlio Gabriel Soares Oliveira – 10 minutos

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Germinar ou não germinar: a resposta das sementes aos fatores ambientais

Túlio Gabriel Soares Oliveira

A dormência de sementes é uma das várias estratégias utilizadas pelas plantas para sobreviverem nos diversos ambientes. Sementes com dormência são aquelas que apresentam um impedimento ou bloqueio à germinação, ou seja, que não germinam mesmo quando as condições estão adequadas. Algumas espécies de plantas apresentam ciclos de dormência ou dormência cíclica, isso significa que as sementes “entram” e “saem” da dormência ao longo do tempo em resposta às condições do ambiente em que se encontram.

Dessa forma, sementes que apresentam dormência cíclica são capazes de germinar apenas em determinados períodos do ano, quando não estão dormentes. Mas qual seria a vantagem das sementes em apresentar dormência cíclica? Bom, essas sementes são capazes de “entrar” em dormência evitando que a germinação ocorra em períodos prejudiciais ao desenvolvimento da planta jovem, como por exemplo, em períodos de seca prolongada. Por outro lado, também são capazes de “sair” da dormência e germinar em um período favorável, formando novas plantas.

Sementes de algumas espécies do gênero Xyris que ocorrem na Serra do Cipó e em outras áreas de campos rupestres, apresentam os ciclos de dormência. Os estudos têm sido conduzidos para responder quais os fatores ambientais (temperatura e umidade do solo) fazem com que as sementes “entrem” ou “saiam” da dormência.

Tulio Gabriel Soares Oliveira (2015) "Germinar ou não germinar: a resposta das sementes aos fatores ambientais". VII Workshop do PPGBV-UFMG. Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais. Retirado de: http://pos.icb.ufmg.br/pgbot/ em 28/11/2017.

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-Explicação sobre as várias formas para a quebra de dormência – 10 minutos

-Formação de duplas – 10 minutos

-Distribuição dos materiais para cada dupla– 5 minutos

-Tratamento das sementes – 10 minutos

A metodologia consistirá na divisão da sala em duplas, sendo os materiais distribuídos da seguinte forma:

3 copos por dupla, cada um com duas sementes submetidos a diferentes tratamentos:

1) Controle: semente colocada em algodão, que será periodicamente umedecido;

2) Escarificação mecânica: a semente será levemente atritada com a lixa, depositada em algodão, que será periodicamente umedecido;

3) Escarificação térmica: a semente será submetida a tratamento em água recém-fervida por cerca de 3 minutos, depositada em algodão que será periodicamente umedecido.

- Cada dupla ficará responsável pelos seus copos por uma semana, regando o algodão diariamente e tomando notas diárias para posterior planificação dos dados.

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ATIVIDADE 2: Conferência dos resultados, planilhamento, comparação e análise dos dados

Tempo previsto: 1 aula, 45 minutos

-Todas as duplas terão seus dados planilhados no quadro, mostrando o resultado germinativo de cada copinho.

- Os alunos deverão procurar explicações para resultados obtidos, sendo resultados positivos ou negativos.

- Após a discussão/inferências, revelar para os alunos que ambas as técnicas para essa espécie são utilizadas para a quebra de dormência. As “falhas” podem ser explicadas por diferenças individuais de cada semente ou uma falha no processo de escarificação, uma vez que, de acordo com Fowler & Bianchetti (2000), a taxa de germinação dessas sementes após cada um dos dois processos fica acima de 85%.

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Formas de avaliação

Participação nas práticas, em grupo, e a construção de tabelas, gráficos e do relatório científico.

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Referências/Fontes

Fowler A.J.P.; Bianchetti A. Dormência em sementes florestais. Colombo: Embrapa Florestas, 2000. 27p. (Embrapa Florestas. Documentos, 40). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/290718/1/doc40.pdf. Acesso em: 20 nov. 2017.

OLIVEIRA, Túlio Gabriel Soares. Germinar ou não germinar: a resposta das sementes aos fatores ambientais. VII Workshop do programa de Pós-graduação em biologia vegetal, p.14, 2015, UFMG. Disponível em: <http://pos.icb.ufmg.br/pgbot/>. Acesso em: 28 nov. 2017.

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Sobre esta atividade

Atividade proposta pelo aluno Ronaldo Braga de Oliveira Júnior, na disciplina Laboratório de Ensino em Botânica, da Universidade Federal de Minas Gerais, em novembro de 2017, ministrada pelos professores Bruno Garcia Ferreira e Rosy Isaias.